quinta-feira, 15 de julho de 2010

A morte da vida



Vejo dor, miséria, tristeza, a terra seca e já sem vida. E sobre ela um ser ajoelha-se ao lado da última esperança dolorosa de sua penosa vida.
Um desespero recai sobre ela que estende suas mãos sujas esperando um pouco de compaixão. Mas não há.
Será mesmo que sua vida se resumirá numa breve desilusão?
Cortará bananais até o resto de sua vida com estas roupas rasgadas e sujas de humilhação e desprezo?
Não, ela não é pobre. Pobre é quem a permitiu seguir este caminho de sobrevivência sem ter coragem de ajudá-la.
O céu deixa um mormaço no ar sufocando os pensamentos da moça.
Será que é a sua última chance de ver o pôr-do-sol junto a sua família mais uma vez?
Está conosco agora, mas e amanhã?
A tristeza recai sobre seus olhos apagando a última esperança de vida deste pobre ser. Já estava morta há muito tempo. Por dentro.
Carol Freitas

5 comentários:

  1. CAROL FANTASTICO, FORTE BEM SUA CARA

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  2. Cheguei a me emocionar, deveria escrever sempre.

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  3. Quantas e quantas pessoas sofrem essa humilhação e nós perdemos a capacidade de nos compadecer da dor dos outros. Passarei seu blog pra mais amigos, textos como esse mecerem ser lidos e relidos todos os dias.

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  4. Amiga pra quem te conhece tão bem como eu, sabe que esse texto não é simplesmente um texto, mas sim a sua indignação com as pessoas que preferem viver no fantástico mundo do BOB, do que enfrentar a realidade e ajudar ao próximo!!

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