quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Um país chamado Brasil



Há dias tenho pensado em como expor minha indignação diante dos fatos das últimas semanas, estampados em todos os jornais e televisões do mundo.
Diante de tanta barbaridade é impossível não repensar a sociedade que construímos, baseada no mais alto grau de corrupção, injustiça e passividade.
Os últimos dias na cidade erroneamente caracterizada como maravilhosa, traz sérias reflexões para todos nós, cidadãos, pois até quando vamos permitir à miséria, as chacinas, a corrupção, as vinganças assassinas?
Enquanto assistimos à novela nossos irmãos estão sendo massacrados, mães enterram seus filhos que levaram um tiro indo para a escola ou dentro dela, trabalhadores humildes se arriscam enfrentando a guerra entre policiais e bandidos para honrarem seus compromissos e ter o que comer no final do dia. Isso se conseguirem voltar para suas casas.
Não seria muita coincidência que apenas com a aproximação da Copa o governo tenha se mobilizado e agido finalmente contra o crime organizado que há anos assola e arrasa o Rio de Janeiro?
Quantas mortes já foram anunciadas e outras até encobertas? Por que a polícia civil, militar, o exército só resolveram entrar em ação agora? Será que há alguns anos ainda não existia o morro do Alemão?
Desde a República Velha vemos favelas por todos os lados, desde muito cedo os criminosos foram conquistando seu espaço, e onde estava o governo?
Espero sinceramente que esta operação para banir da sociedade estes vermes podres, que comandam o crime e aterrorizam um povo que já está cansado de sofrer e ser agredido seja uma constante, não apenas no Rio de Janeiro, mas no país como um todo.
Desejo ainda mais que as pessoas despertem suas consciências e não admitam mais tanta injustiça, que se tornem realmente cidadãos, cientes de seus direitos e deveres. Caso contrário como diria Millor Fernandes “cidadão acaba sendo apenas o habitante de uma grande cidade”.
Ainda não nos libertamos da fome, do desemprego, da exclusão social, mas para que nos preocuparmos com isso, sediar a Copa parece ser prioridade no momento.
É preciso reaprender a ser cidadão, mas principalmente reaprender a ser humano.
Gostaria de terminar com uma pergunta: você ainda se choca ao ver imagens como a acima ou tornou-se parte de sua rotina?
Se você ainda é capaz de se indignar com cenas como essa, então acaba de nascer a esperança, há tempos tão distante deste país chamado Brasil.

Carol Freitas

Suposto poder



O que faz uma pessoa crer que o fato de ter “certo” poder nas mãos a transforme em um Deus?
Mas que tamanha pretensão se achar acima do bem e do mal, massacrando aqueles que na sua reles compreensão do que é a vida, acredita serem menos importantes.
Será que humilhar menosprezar, maltratar aqueles que apenas por circunstâncias da vida social encontram-se em posição inferior a sua, é tão gratificante e estarrecedor assim?
Que tipo de pessoa pode ser essa que prejudica os outros e consegue dormir em paz?
Pois posso responder a todos estes questionamentos afirmando que aquele que se coloca acima de seus semelhantes e abusa do poder que supostamente pensa ter, esse sim é a verdadeira vítima.
Vítima da sua própria ignorância, porque acredita que tudo se finda aqui na Terra. Pobres miseráveis! Enchem os cofres de dinheiro e esvaziam os corações de amor.
Amor que é a única moeda cujo valor não diminui e vale neste e em todos os mundos.
Pobre é aquele que acredita que os maiores bens são estes da Terra. Desconhecem a efemeridade da vida material. Lamentarão tanta arrogância cada dia da eternidade.
Carol Freitas